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Tecnologia permite levar a educação para o Brasil mais remoto e esquecido

Andrea Usero Escalante

Um cartaz comemorando o professor na cidade isolada de Autazes é um sinal da importância que o treinamento tem nesta cidade amazônica esquecido que abriga uma das primeiras escolas de projeto que utiliza tecnologia para levar a educação para o Brasil mais remota.

Para chegar Autazes de Manaus, capital do Amazonas (norte), é necessário atravessar dois rios, incluindo a Amazônia, e 100 quilômetros de estrada de terra, embora, como ele disse em uma videoconferência com jornalistas o ministro da Educação Rossieli Soares, esta cidade "é de fácil acesso, já que existem outras para as quais são necessários dois ou três dias de viagem".

É justamente a orografia amazônica que inspirou em 2007 o projeto do Centro Nacional de Mídia (CNM), que, utilizando as mais recentes tecnologias, transmite diariamente aulas ao vivo por meio de um satélite e uma televisão que permite a interatividade entre as escolas. de todo o país ligado ao projeto.

Uma dessas escolas é a Raymundo Sá, localizada em Autazes e que, assim como o restante das instituições de ensino ligadas ao projeto, estavam equipadas com antenas, monitores e computadores, para a implementação da estratégia de educação tecnológica.

"É uma experiência que nasceu na Amazônia para enfrentar o problema geográfico da área, e a questão agora é aproveitar a experiência e tecnologia que existe em Manaus" para expandir esse projeto em todo o Brasil, disse Soares.

Como resultado inicial, 10 mil alunos da primeira, segunda e terceira série do ensino médio de 42 municípios do Amazonas puderam continuar seus estudos em 2007.

Essa experiência se espalhou por todo o país, e hoje 150 escolas de 17 estados brasileiros estão conectadas a essas salas de aula televisionadas que são transmitidas do conjunto de Manaus, onde professores selecionados e especialmente treinados interagem com milhares de estudantes do ensino médio.

O projeto é do Ministério da Educação e desde julho conta com a colaboração da Fundação Roberto Marinho, entidade privada que é responsável pela formação de professores e pelo desenho e desenvolvimento de planos de aula e roteiros de televisão.

Seus promotores têm a expectativa de continuar aumentando suas áreas de implementação nos próximos anos.

Até 2019, a meta é expandir para outras 350 escolas públicas, instalar um novo estudo da CNM em Brasília e conseguir a adesão de todas as secretarias de educação para conectar um total de 500 escolas.

"A motivação é diferente", disse à Efe Renilda Peres, diretora de apoio às redes de educação básica do Ministério da Educação, referindo-se ao entusiasmo com que os alunos assistem às aulas que adotam essa proposta, que "nasceu com o objetivo de garantir a educação básica ", afirmou Peres.

Outros objetivos principais da CNM são, de acordo com Peres, "reduzir as barreiras geográficas, económicas e culturais, disseminar o conhecimento e incentivar a aprendizagem interativa" por um professor em Manaus pode ensinar um aluno da Bahia (nordeste), que em pode ser conectado a uma das regiões do Rio (sudeste).

"É uma política que aproxima culturas, olha para o Brasil e fala com ele, cria conhecimento para estudantes de todo o país, é uma produção coletiva para promover educação de qualidade", disse o gerente geral de educação da Fundação Roberto Marinho, Vilma Guimarães.

Soares destacou ainda a importância da figura do professor que atua como mediador neste projeto e apontou que "a tecnologia é um instrumento necessário, um complemento impossível de substituir o professor".

Este tipo de projetos incentiva os alunos, encoraja-os a ir às aulas e aumenta o seu interesse na sua educação, alguns deles - de áreas inóspitas, de difícil acesso, onde a educação não é uma prioridade - pense mesmo na universidade, algo Incomum entre jovens e crianças nestas áreas.

Um deles, Josian Cunha da Souza, estudante da escola Raymundo Sá 16, disse à Agência Efe que através da iniciativa "tem acesso a novos conteúdos que nunca tinha ouvido falar em sua vida, termos inovadores e tecnológicos" que, juntamente com o caráter interativo das salas de aula, motiva e "ajuda" aqueles que "não gostam de estudar", acrescentou.

"O fato de não viajarmos, não deixar muito, gera preconceitos em alguns", é por isso que essas aulas são muito positivas porque "temos a possibilidade de ampliar nosso conhecimento, interagindo com todo o Brasil e conhecendo outras culturas", afirmou.

Matéria publicada originalmente no site https://www.efe.com/efe/brasil/educacao/tecnologia-leva-educa-o-a-lugares-remotos-e-esquecidos-do-brasil/50000242-3811379